A autonomia do poder local foi uma das grandes novidades da democracia instaurada com o 25 de abril de 74 e tem sido publicamente celebrada tanto à esquerda como à direita do espetro político português. Instituiu práticas de participação democrática mais próximas das populações, criou um novo paradigma de desenvolvimento territorial descentralizado e extensivo a todo o espaço nacional, incluindo os Açores e a Madeira, aproximou os responsáveis políticos dos seus eleitores, enfim, abriu um caminho de realizações materiais e imateriais nas cidades, vilas e aldeias deste país, que em muito contribuíram para elevar os níveis de qualidade de vida dos portugueses, aproximando-os de padrões europeus que o regime salazarista lhes tinha negado.