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Viajantes

Não sei se é a extensão do oceano, aquela passadeira espelhada que nos convida para poente, ou se é a vontade de ver o que se esconde atrás do horizonte, certo é que desta terra partem verdadeiros viajantes para outras paragens.
Viajantes interessantes que se deslumbram com o simples e o fantástico que encontram do outro lado do mundo e que têm gosto em partilhar as experiências vividas. Hoje, as redes sociais ajudam muito nessa partilha, até existe no facebook um grupo intitulado Figueirenses pelo Mundo.
A exposição de fotografia “Um dia na Terra”, de Gonçalo Cadilhe, a partir de sábado no CAE, vai-nos ilustrar esse manancial de crónicas de viajante que já conhecemos do Gonçalo. As crónicas do Gonçalo são mais do que a prolífera literatura de viagem, tão em voga nos dias que correm.
O Gonçalo mergulha de chinelo e calção em culturas de outros azimutes e fá-lo com genuíno interesse, o que dá outra dimensão à literatura de viagem. Por vezes, conseguimos sentir, em parte, o que sentem aqueles povos, não se trata de um olhar distante.
Para os mais atentos, nota-se nas entrelinhas a figueiridade do Gonçalo, sobretudo quando cita as alcunhas das amizades de infância e do surf, solta-se-lhe automaticamente o figueirês.
Ou quando nos remete para as típicas conversas de adolescentes que teorizam sobre o mundo, de pé na areia, olho no oceano e espírito no horizonte.