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Ticha

A propósito da homenagem do Comité Olímpico Internacional à Ticha Penicheiro, recordei esses tempos em que era treinado por João Penicheiro, pai da Ticha, nos iniciados do Ginásio. A Ticha acompanhava-nos aos treinos. Era ainda uma criancita. Naquela idade em que muitas crianças ainda arrastam uma fralda, a Ticha já driblava uma bola quase do tamanho dela e vociferava sozinha jogadas imaginárias nos cantos do pavilhão enquanto treinávamos. 

Raramente lhe ligávamos, mas, nas poucas vezes em que fazia caso da Ticha, já lia ali uma grande determinação em jogar como os grandes e sobretudo um grande amor pelo basquete. Mais tarde, em jogos mistos que organizávamos nos campos das traseiras, a Ticha já trocava os olhos aos matulões, com assistências e passes impressionantes. Daí até à WNBA, a carreira da Ticha evoluiu como um foguete. 

A Ticha foi, por seis anos consecutivos, a rainha das assistências da WNBA (de 1998 a 2003) e bateu dois recordes: maior número de roubo de bolas ( 10 ) e maior número de assistências ( 16 ) numa só partida. Durante anos, a Ticha foi assídua nas 10 jogadas da semana da WNBA. 

Para além do talento inato da Ticha, houve dois fatores iniciais determinantes para o seu sucesso, que faço questão de aqui expor. O primeiro foi o pai, João Penicheiro, um dos meus melhores treinadores. O segundo foi a política de construção de campos de basquete