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Sistema de Mobilidade do Mondego: Cumpra-se o que foi prometido às pessoas!

Sistema de Mobilidade do Mondego: Cumpra-se o que se prometeu às pessoas
1. No passado sábado, 6 de dezembro, o Primeiro-Ministro afirmou em ação de pré-campanha eleitoral em Miranda do Corvo: “Julgo que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) está nesta altura a ultimar o estudo de viabilidade que exige que se estudem também alternativas, para as poder comparar, usando o mesmo veículo de infraestrutura que já está colocado. A possibilidade de alternativas passa por ter ligações com autocarros elétricos”.
Trata-se de uma afirmação grave que desrespeita todos os compromissos assumidos por Passos Coelho e pelo Governo para com as populações a quem a ligação ferroviária entre Serpins e Coimbra foi roubada. A Coordenadora Distrital de Coimbra do Bloco de Esquerda mantém todo o seu apoio à luta destas populações pelo cumprimento integral do que lhes foi prometido: uma ligação ferroviária de qualidade entre Serpins e Coimbra. Não se trata, portanto, apenas de repor os velhos carris e o velho material circulante, e muito menos se trata de assegurar uma qualquer ligação rodoviária, onerando os municípios e, mais que tudo, degradando as vidas das pessoas e fazendo-as pagar o roubo que lhes foi feito. Trata-se, isso sim, de honrar o compromisso assumido para com as gentes da Lousã, de Miranda do Corvo e de Coimbra: uma ligação ferroviária de qualidade europeia. Em democracia, não há alternativa ao cumprimento escrupuloso dos compromissos assumidos para com as pessoas. O Bloco de Esquerda exige que se cumpra o que se prometeu ao povo.
2. Mas Passos Coelho não se ficou por aqui. Na mesma ocasião, afirmou que a concretização da linha urbana de metro ligeiro de superfície em Coimbra "depende muito de como conseguirmos com a Câmara de Coimbra valorizar terrenos dentro da cidade para poder dar sustentabilidade a um projeto mais ambicioso". Ou seja, para o Governo, o cumprimento de um compromisso essencial com a cidade de Coimbra depende de uma operação de especulação imobiliária. O Bloco de Esquerda, que tem denunciado desde o início a lesão do interesse público que resulta do modo como foi iniciada a abertura do canal para a linha do metro na Baixa, repudia por inteiro estas afirmações do Primeiro-Ministro. Elas reiteram a política de incumprimento do projeto do metro ligeiro de superfície em Coimbra que foi marca dos sucessivos governos do bloco central. E mostra como a promoção da especulação imobiliária é política oficial do Governo. A Coordenadora Distrital de Coimbra do Bloco de Esquerda junta-se à indignação de todos os cidadãos que exigem ao Governo que cumpra um projeto essencial para o ordenamento urbano da cidade e para a qualidade de vida da sua população. Já passou tempo demais, já se gastou dinheiro demais, já se desperdiçaram fundos europeus demais, já se toleraram demais governos nacionais e municipais que nada fizeram ou que fizeram o pior de tudo.
3. É mais que tempo de se deixar de humilhar Coimbra e a sua região. É mais que tempo de se reconhecer às pessoas de Coimbra e da sua região o direito de viverem em condições de qualidade idênticas às dos territórios urbanos congéneres da Europa. É mais que tempo de pôr plenamente nos carris todo o Sistema de Mobilidade do Mondego.     

                                                                                     13 de dezembro 2014