Share |

Refugiados

O reconhecimento e homenagem do Embaixador da Polónia à cidade por ter acolhido refugiados judeus polacos durante a II Guerra Mundial remete-nos para todos esses figueirenses generosos e solidários que ao longo do século XX resistiram aos esbirros do fascismo, abrigando espanhóis que escapavam ao regime de Franco. É um passado honroso da cidade de que nos deveríamos orgulhar. Proximamente, a Figueira deverá receber cerca de 45 refugiados sírios. Apesar da crise que atravessamos, os problemas que enfrentam os sírios no seu território são bem mais graves, é a sua própria vida que é ameaçada no conflito armado que envolve Estado Islâmico e o regime de Bashar al-Assad. A tradição figueirense de solidariedade a povos oprimidos deverá aplicar-se igualmente aos sírios.
Esta tragédia migratória que se estende ao Túnel da Mancha é alimentada em parte pela política britânica de ausência de documento identificação que tanto jeito dá na City para fabricar identidades fictícias e praticar impunemente atividades financeiras ilícitas. Para migrantes sem documentos, o Reino Unido é um paraíso do trabalho ilegal. Para o Primeiro-ministro David Cameron estes são uma fonte de mão-de-obra barata, uma oportunidade de dumping social e de concorrência desleal. Pelo meio ainda vai conquistando ganhos políticos praticando uma demagogia xenófoba contra os migrantes, como se nada fosse com ele.