Share |

Queremos Governar

“Nós queremos governar”, foi assim que Miguel Portas encerrou diversas jornadas políticas, que reuniram mulheres e homens de vários quadrantes da esquerda. Estávamos nos primeiros anos da crise e aquelas palavras do Miguel tinham a ressonância certa.
À crise financeira, seguia-se a crise social sob o pano fundo de uma crise  ambiental. Era preciso responder com um programa de governação de esquerda contra o controlo da política e dos povos pelos mercados financeiros (agências de notação, bancos, praças financeiras, etc.).
Hoje, a vitória do Syriza, a ascensão do Podemos, em Espanha, e do Sinn Féin na Irlanda estão a abrir novas perspetivas de governação que liberte a Europa do espartilho da austeridade.
Mais do que a pertença à mesma família política europeia, o que liga estes partidos ao Bloco são as linhas principais do programa político: contra a austeridade, pela restruturação da dívida, acudir à urgência social, combater a crise ambiental e transformar o euro numa moeda solidária.
O compromisso, outro elemento essencial de governação, tem estado presente em experiências recentes em que o Bloco abdicou de candidaturas próprias para apoiar amplos movimentos de cidadãos em Coimbra, Soure e Braga, bem como na participação na coligação do Funchal, onde se obteve uma vitória histórica contra o caciquismo e a corrupção. Nunca as palavras do Miguel fizeram tanto sentido.