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Precisamos uns dos outros

Num meio pequeno como a Figueira, não podemos ignorar as dependências mútuas, quando surge um problema grave. E esse problema grave está a ocorrer na Leirosa. 

Não é normal que uma povoação seja assolada por nuvens de fumo, que provocam um malestar imediato ou que leva uma série de indivíduos a consultas médicas. Não é normal habitações serem cobertas sistematicamente por uma película de partículas negras. Não é normal abrir um poço e bombar água amarela muito mal cheirosa, onde anteriormente havia água potável. Qualquer figueirense está de acordo que este quadro não é aceitável. 

Este domingo, quando acompanhei o deputado José Manuel Pureza à Leirosa, para este se inteirar destes problemas, a convite de uma comissão de moradores local, um dos populares disse-me com toda a veemência (cito de cor): “Nós não somos contra as fábricas. Precisamos delas. Precisamos dos empregos, alguns dos nossos filhos trabalharam ou trabalham lá. O que nós queremos é que eles percebam que agora nos estão a fazer mal e parem o que tiverem que parar”. 

A minha mãe e o meu pai trabalharam nessas fábricas. Eu próprio ali trabalhei, no âmbito da ocupação de tempos livres de jovens estudantes. Já aqui escrevi vários artigos elogiosos a essas empresas, que me deram muito. Não cuspo na sopa, como se diz na gíria popular. Apelo à inteligência de quem por lá tem responsabilidades.