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Os amigos de Relvas

Quando se constrói a geografia política dos amigos de Miguel Relvas é impossível ficar indiferente à amplitude da máquina de influências que Relvas montou. Já conhecíamos o poder que continua a deter sobre Passos Coelho e Paulo Pereira Coelho, todos eles envolvidos no caso Tecnoforma, que está sob investigação do OLAF (Gabinete da Luta Antifraude da União Europeia).
É agora público que Durão Barroso apresentará um novo livro de Relvas e Aznar assinará o prefácio. O Durão Barroso que, em Abril do passado ano, proferiu que o ensino em Portugal deveria ser mais exigente é o mesmo Durão Barroso que irá apresentar um livro de Relvas, a encarnação suprema da exigência do ensino.
Mas este é um irrelevante detalhe comparado com o serviço que um ex-presidente da Comissão irá prestar a uma pessoa que está a ser investigada por múltiplas fraudes curriculares e suspeito de beneficiar a Tecnoforma, quando foi Secretário de Estado da Administração Local.
O ex-político mais descredibilizado do país demonstra ter um poder notável sobre o nosso primeiro-ministro e o ex-Presidente da Comissão Europeia. Espero que a Procuradoria Geral da República se interesse por esta questão e sobretudo que comunique muito com o OLAF.
Em Abril, Rodrigo Rato, vice-presidente do governo de Aznar, começou a ser investigado por fraude fiscal. Afinal faz todo o sentido o favor de Aznar a Relvas.