Share |

Mais alemães do que a Alemanha

Os ministros das Finanças de Portugal e de Espanha foram, na reunião do Eurogrupo em que foi aprovado o acordo com a Grécia para quatro meses, “mais alemães do que a Alemanha”, segundo confessou o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis.
O correspondente da RTP em Bruxelas, António Esteves Martins, ouviu, e gravou, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, confessar que os ministros das Finanças de Portugal e de Espanha foram na reunião do Eurogrupo, “mais alemães do que a Alemanha”. A notícia foi divulgada neste sábado no telejornal da tarde da RTP1.
Representantes do governo grego revelaram a vários meios de comunicação, que, quando o projeto de acordo do Eurogrupo foi apresentado a todos os ministros das Finanças, os ministros das Finanças de Portugal e de Espanha levantaram resistências ao acordo.
O governo português nega que Maria Luís Albuquerque se tenha oposto, a verdade porém é que a ministras das Finanças de Portugal, tal como o de Espanha, exigiram ser informados das propostas concretas que o Governo grego terá que entregar segunda-feira às instituições internacionais.
No final da reunião do Eurogrupo, o seu presidente, Jeroen Dijsselbloem, questionado se tinha havido oposições ao acordo, disse querer "não ser específico".
Yanis Varoufakis disse à imprensa: "Eu comprometi-me a dizer a verdade, mas também há uma coisa chamada boas maneiras", e acrescentou que "foi claro na reunião que os ministros de Portugal e Espanha são motivados por prerrogativas políticas deles".
O ministro das Finanças grego acrescentou ainda: “O que temos de fazer agora é transformar este tipo de acordos para ajudar países como a Grécia, e também como Portugal. E para fazer isso, tenho de manter uma excelente relação com estes meus colegas”.
"Os ministros das Finanças português e espanhol são meus colegas, e eu percebo que têm as suas próprias prioridades políticas. Foram motivados por essas prioridades políticas e eu respeito isso", sublinhou ainda Varoufakis.
Maria Luís Albuquerque não falou à comunicação social e Luis de Guindos negou que tivesse tentado bloquear o acordo, mas realçou que tinha de “defender os interesses de Espanha”, o que como se tem visto, para os governos de Rajoy e Passos Coelho significa ser “mais alemães do que a Alemanha”.