Comunicado sobre o Exploratório de Coimbra

O Bloco de Esquerda de Coimbra vem publicamente questionar o Presidente da Câmara de Coimbra, Dr. Manuel Machado, sobre as posições que têm vindo a público, da parte desta entidade, relativamente ao Exploratório Centro Ciência Viva de Coimbra (CCVC).

Muito embora Manuel Machado afirme, em notícia publicada hoje (13 de Abril) no Público, que “sempre apoiou o Exploratório”, a verdade é que o segundo edifício deste centro, pronto para abrir aos visitantes há mais de um ano, aguarda a ligação ao saneamento prometida pelo anterior executivo camarário e jamais cumprida pelo executivo atual. Para além disso, a Câmara Municipal de Coimbra não atribuiu, para o ano em curso, o subsídio de funcionamento que teria permitido ao Exploratório CCVC cumprir, como fez exemplarmente durante 20 anos, o serviço público que tem prestado à cidade. A falta deste dinheiro, bem como do subsídio anual da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica (Ciência Viva), conduziu a dificuldades de tesouraria e, inclusivamente a problemas de pagamentos de salários.
Na sua edição de hoje (13 de Abril), o Diário As Beiras, por seu turno, anuncia um “acordo entre a universidade e a câmara” no sentido da nomeação de um novo diretor, a qual permitiria desbloquear os financiamentos não concedidos. O novo diretor mencionado, Paulo Trincão, recorde-se, foi membro da lista com que Manuel Machado se candidatou à Câmara de Coimbra, em 2001, ano em que foi derrotado por Carlos Encarnação. Esta escolha antecipa-se à eleição de uma nova direção por parte das 11 entidades que fazem parte da associação Exploratório CCVC e que se pronunciarão no próximo dia 21.
Tendo em conta o interesse público deste Centro de divulgação científica, cuja qualidade se situa ao nível dos melhores da Europa e que tem uma média de 25 mil visitantes por ano, o que constitui uma mais-valia assinalável para o município, na perspetiva da educação, da cultura científica e do turismo, o Bloco de Esquerda pergunta:
- como justifica a Câmara de Coimbra o facto de nunca ter estabelecido a ligação ao saneamento e atribuído a licença de utilização que permitiria abrir um edifício construído com dinheiros do QREN e cujas contrapartidas nacionais a própria Câmara assegurou? Saberá Manuel Machado quantificar o prejuízo para o CCVC e, consequentemente, para a cidade, desta opção, cujos contornos só podem ser políticos?
- como explica a Câmara de Coimbra que não tenha havido, até ao presente, dinheiro para apoiar o funcionamento do Exploratório e que este surja – subitamente – quando o objetivo do executivo camarário parece ser a substituição da direção do Centro Ciência Viva – e o novo diretor proposto é alguém próximo do próprio Presidente da Câmara?
Em prol do interesse da cidade e da transparência, o Bloco de Esquerda espera que haja respostas públicas cabais a estas questões e que não estejamos perante um caso de eventual abuso de poder, com consequências não somente para o Exploratório, mas para o interesse coletivo dos munícipes de Coimbra.

Coimbra, 13 de Abril de 2015
Coordenadora Concelhia de Coimbra