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Carapau de Fugida

Os chefes internacionais, que conhecem a nossa cozinha, classificam Portugal como um dos melhores destinos para comer peixe. O carapau é um peixe que dá origem a excelentes pratos para todos os tipos de preparações: cozido, grelhado, no forno, seco, etc. É por isso frustrante ouvir a nossa comunidade piscatória queixar-se que o carapau não vende.
O defeso extraordinário da sardinha tem sido contestado. É normal. O que já não é
normal é que a agência que supervisiona a quantidade das espécies capturadas na nossa costa sofra duramente com a austeridade, em particular redução de pessoal e de meios que colocam em causa o seu bom funcionamento. Isto é particularmente grave quando se pretende recuperar as populações de sardinha da nossa costa.
O carapau poderia ser a alternativa por excelência à sardinha, mas “não vende”. Em vez de ficarmos de braços cruzados, poderíamos agir. Os nossos eleitos poderiam ter a iniciativa de mobilizar as nossas associações para promover carapau. Por exemplo, com a verba que se vai pagar o próximo espetáculo do Emanuel, poderia contratarse três ou quatro chefes nacionais para promover um concurso, um livro de gastronomia ou um festival dedicado ao carapau. É apenas uma ideia e deverão existir por aí outras bem melhores.

Picadeiro, novembro de 2014. Joaquim Gil provoca-me a propósito do Bloco. Rimo-nos. Desejo-lhe boa noite e ele retribui.