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13 OUT: Sessão sobre Palestina

No dia 13 de outubro (5ªfeira), haverá uma sessão pública, promovida pelo Coletivo de Solidariedade Internacionalista, sobre a "Palestina". O evento, que contará com as presenças de Joana Ricarte e Moara Crivelente, será moderado por Júlia Garraio e decorrerá na Galeria Santa Clara, às 21h30. 

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Palestina: Drama sem solução?

A criação do Estado de Israel, em 1948, e a derrota dos exércitos árabes na guerra que se seguiu teve como consequência a expulsão de milhares de palestinianos das terras em que viviam há séculos. A maioria ficou a viver em campos de refugiados nos países árabes vizinhos.

Após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o estado hebraico ocupou a faixa de Gaza (até aí sob administração egípcia), a Cisjordânia e Jerusalém Leste (que se encontravam sob controlo jordano). A partir de então, os palestinianos aí residentes passaram a viver sob ocupação militar israelita.

Nos anos 70, Israel iniciou a implantação de colonatos judaicos nos territórios ocupados, como forma de perpetuar a sua conquista.

A luta do povo palestiniano, em especial a primeira Intifada, levou o governo israelita a negociar com a OLP. Em 1993, as duas partes assinaram os acordos de Oslo, que previam uma autonomia limitada da Palestina, através da criação da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), como primeiro passo para a independência na base da solução “dois Estados”.

Porém, após o assassinato de Rabin, cometido por um extremista religioso judeu, dois anos depois, os israelitas intensificaram a repressão e esvaziaram os poderes da ANP, levando, na prática, ao falhanço dos acordos. O descontentamento dos palestinianos alastrou e, em 2000, rebentou a segunda Intifada.

A frustração com os parcos resultados de Oslo e com a corrupção da laica e secular Fatah no governo autónomo originou a vitória dos islamistas do Hamas nas eleições de 2006. Um ano depois, iniciou-se uma guerra civil entre os dois partidos, ficando o primeiro com o controlo de Gaza e o segundo com o da Cisjordânia.

Apesar de ter desmantelado os colonatos em Gaza, Israel lançou duas sangrentas operações militares e reforçou o cerco ao superpovoado território, transformado numa verdadeira prisão a céu aberto. A maioria dos seus habitantes vive no limiar da sobrevivência.

Por seu turno, na Cisjordânia, intensificaram-se a repressão e o “apartheid”, com a população palestiniana a ser alvo de “checkpoints” diários e de operações punitivas por parte das tropas ocupantes. Entretanto, o estado judaico construiu um muro que separa o território israelita do palestiniano, anexando, na prática, algumas partes deste último. Ao mesmo tempo, expande os colonatos em redor da parte leste de Jerusalém. A população vive, assim, um quotidiano de opressão e de medo.

Não esquecemos, ainda, a situação dos palestinianos que vivem em Israel (os chamados árabes israelitas). Apesar de constituírem cerca de 20% da população do país, são tratados como cidadãos de segunda. Recentemente, foram criadas novas leis que limitam gravemente o exercício do mandato dos seus deputados no Knesset (o Parlamento de Israel). 

A atual situação internacional e, em particular, no Médio Oriente, não só criou uma relação de forças mais favorável ao estado hebraico, mas também retirou a centralidade mediática ao drama da Palestina.

Apesar disso, há, no mundo ocidental, quem se mantenha solidário com a luta do povo palestiniano. A campanha BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) a Israel é a mais notória.

Mas está ela a ser eficaz? Que outras formas existem de apoio solidário à luta dos palestinianos? Como recolocar o conflito da Palestina no topo da agenda diplomática e nos “media” internacionais? Haverá, ainda, espaço para uma solução política que termine com este drama? 

É a esta e outras questões que o Coletivo de Solidariedade Internacionalista (CSI) se propõe responder, na sessão pública que terá lugar no dia 13 de outubro, pelas 21:30h, na Galeria Santa Clara, em Coimbra.